Eu não sei

Emil Nolde foi um pintor expressionista alemão. Em 1941 ele foi impedido de pintar pelo regime nazista. O mundo passou a olhá-lo com ares penalizados. A exposição, que ficou até setembro no Hamburger Bahnhof, em Berlim, trouxe vários questionamentos sobre sua atuação antissemita, colaborando com a desconstrução do mito de artista perseguido.

As discussões sobre o passado do pintor levaram Angela Merkel a retirar de seu gabinete dois quadros de autoria de Nolde em maio deste ano.

Durante o período em que foi proibido de trabalhar, Nolde pintou flores. Segundo a exposição, essa temática seria uma desculpa para escapar de temas suspeitos. Um livro, que estava na loja do museu, contava uma versão um pouco diferente sobre as flores de Nolde, relatando sua paixão pelo tema desde a infância, quando o ponto central do relacionamento com o pai teria sido o jardim cultivado em conjunto.

Quantas nuances abrange a paleta de uma história de vida? 

Numa época em que todo mundo tem que ter opiniões formadas sobre tudo, tecer críticas assertivas sobre todos e parecer vanguardista e esperto, a frase “eu não sei” continua fazendo bastante sentido. 

“Eu não sei” tanta coisa que nem consigo contar. E isso é uma grande liberdade, além de ser combustível para a curiosidade.

Sibélia Zanon | Agência de comunicação soma palavra e forma: empolgada com as diversas nuances da informação.

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